Finalmente.
Este é o verdadeiro problema da maioria das empresas públicas e de algumas privadas. A confusão que se faz entre líder e gestor é dantesca. Seja nos media ou nas conversas de café, as duas formas de estar numa empresa, distintas e paralelas mas interligadas em multidisciplina, são confudidas e fazem confusão a quem nunca realmente pensou nisto.
Uma empresa onde se trabalha com e para pessoas não pode ser somente gerida. Tem de ser liderada. E quando é liderada, tem um gestor à frente da mesma. Insatisfação, clima e portas a bater não tarda nada.
Numa época de redução de custos e de cortes em algumas áreas, nomeadamente nas áreas comportamentais, temos urgentemente de investir noutra via de sucesso, nunca excluindo as partes mais envolventes de uma empresa ou de uma organização.
Existem belíssimos gestores que são péssimos líderes e líderes de grande calibre que são um zero na gestão. Em Portugal contam-se pelos dedos de uma mão os casos de sucesso de uma pessoa que foi brilhante nos dois lados da moeda. Há uma altura em que confundimos, deixamos alastrar ou intervimos de forma errada. Quando pedia gestão, liderámos e quando era altura de liderar apenas tivemos em conta a gestão.
Na minha tese de metrado, Psicologia Positiva e Flow, sempre tive curiosidade em saber se os Directores detinham um nível de Bem Estar mais elevado que os restantes colaboradores sem cargos de chefia. O que encontrei em várias empresas da nossa praça foi a confusão e o molho de problemas, o eterno problema português, de organização e planeamento. Colocam-se pessoas em vagas no momento sem pensarmos no depois; cortam-se despesas e ajudas de custo quando as rotas continuam exactamente iguais; pede-se brilhantismo e excelência em condições precárias e o pior de tudo, reportamos a pessoas que não têm background académico específico para a função que estão a desempenhar e por isso, acontece várias vezes, vermos os directores a perguntar aos colaboradores como é que se faz uma rúbrica, um plano de formação ou aquela dúvida da Segurança Social.
Um líder não se impõe. É reconhecido. E é isto que cá, em grande parte, não é feito. É mal planeado, é mal integrado e não está preprado para o cargo sendo muitas vezes questionado.
Após ter percebido isto, denotei como problema extra. Os colaboradores não viam na chefia um líder mas sim um gestor. Apenas geria os números. Pessoas existiam apenas para a pausa do café. Estas empresas precisavam de um Líder.
Existem mais exemplos e mais investigação que fala abertamente mas com algum pré-conceito da gestão e da liderança mas, neste momento estamos a evoluir a passo lento, existindo já pessoas que demonstram a preocupação e debater estes problemas.
Por isso e por muito mais, que agora não tenho tempo nem espaço para escrever, este tema está impresso e dou os meus parabéns.