terça-feira, 10 de agosto de 2010

Uma luta finalmente impressa - Gestor ou Líder?



Finalmente.

Este é o verdadeiro problema da maioria das empresas públicas e de algumas privadas. A confusão que se faz entre líder e gestor é dantesca. Seja nos media ou nas conversas de café, as duas formas de estar numa empresa, distintas e paralelas mas interligadas em multidisciplina, são confudidas e fazem confusão a quem nunca realmente pensou nisto.

Uma empresa onde se trabalha com e para pessoas não pode ser somente gerida. Tem de ser liderada. E quando é liderada, tem um gestor à frente da mesma. Insatisfação, clima e portas a bater não tarda nada.

Numa época de redução de custos e de cortes em algumas áreas, nomeadamente nas áreas comportamentais, temos urgentemente de investir noutra via de sucesso, nunca excluindo as partes mais envolventes de uma empresa ou de uma organização.

Existem belíssimos gestores que são péssimos líderes e líderes de grande calibre que são um zero na gestão. Em Portugal contam-se pelos dedos de uma mão os casos de sucesso de uma pessoa que foi brilhante nos dois lados da moeda. Há uma altura em que confundimos, deixamos alastrar ou intervimos de forma errada. Quando pedia gestão, liderámos e quando era altura de liderar apenas tivemos em conta a gestão.

Na minha tese de metrado, Psicologia Positiva e Flow, sempre tive curiosidade em saber se os Directores detinham um nível de Bem Estar mais elevado que os restantes colaboradores sem cargos de chefia. O que encontrei em várias empresas da nossa praça foi a confusão e o molho de problemas, o eterno problema português, de organização e planeamento. Colocam-se pessoas em vagas no momento sem pensarmos no depois; cortam-se despesas e ajudas de custo quando as rotas continuam exactamente iguais; pede-se brilhantismo e excelência em condições precárias e o pior de tudo, reportamos a pessoas que não têm background académico específico para a função que estão a desempenhar e por isso, acontece várias vezes, vermos os directores a perguntar aos colaboradores como é que se faz uma rúbrica, um plano de formação ou aquela dúvida da Segurança Social.

Um líder não se impõe. É reconhecido. E é isto que cá, em grande parte, não é feito. É mal planeado, é mal integrado e não está preprado para o cargo sendo muitas vezes questionado.

Após ter percebido isto, denotei como problema extra. Os colaboradores não viam na chefia um líder mas sim um gestor. Apenas geria os números. Pessoas existiam apenas para a pausa do café. Estas empresas precisavam de um Líder.

Existem mais exemplos e mais investigação que fala abertamente mas com algum pré-conceito da gestão e da liderança mas, neste momento estamos a evoluir a passo lento, existindo já pessoas que demonstram a preocupação e debater estes problemas.

Por isso e por muito mais, que agora não tenho tempo nem espaço para escrever, este tema está impresso e dou os meus parabéns.


sexta-feira, 23 de julho de 2010

This is NOT Football - It's Zé Mário!


Em alusão a um grande jogo virtual inicio esta crónica. Será simples para pessoas que gostam das explicações simplificadas em género de esquema cognitivo básico. Será, talvez, complicado entender o porquê.

Tinha um grande professor meu que nunca acreditou em analogias. Eu, com muita sinceridade, não acredito nelas apesar de não conseguir resistir à tentação com medo que ela não volte, tal como Oscar Wilde escreveu.

Livros como "A arte da Guerra e Liderança", por exemplo. O problema destas analogias é, tal como vai acontecer nesta crónica, as pessoas levam as analogias demasiado a sério e à letra. Ser letrado não significa seguir à letra. Just in case. Aqui a alusão é ao nosso futebol e a nós enquanto comuns.

José Mourinho. Quem não gosta, feche a porta antes de sair.

Tenho especial admiração profissional por Zé Mario. Acredito que muitos não compreendam (ler parágrafo acima) mas é nele que muitas vezes arranjo alguma inspiração e transpiração para superar certos objectivos ou ideias parvas. Posso adiantar a esta hora que, o Zé Mário há coisa de 4 ou 5 anos atrás era um animal. Uma besta e um arrogante. Hoje tem aquilo que muitos de nós procuram: Respeito. Com um "R" bem grande, mais ou menos do tamanho do ego de Zé Mário.

E este percurso de aumentar o "R" de Zé Mário não foi fácil. Para nós. Houve muita populaça que engoliu vários elefantes. Uns ficaram na goela presos por um tempo outros caíram no estômago com estardalhaço causando a tão conhecida azia. Para Zé Mário não foi mais do que trabalhar e acreditar no que faz. Trabalhar que nem um animal, como o próprio disse antes da final da Champions. Basicamente é aquilo que muitos tugas não fazem, não percebem e muito menos querem saber. É preciso muito trabalho para chegar ao topo. E é preciso trabalhar que nem um verdadeiro animal para nos mantermos no topo.

Zé Mário é aquele português que, no meio da mediocridade, conseguiu vencer. Muitos apenas o viram dessa forma. Um gajo que sabia umas coisas de futebol e que era apenas melhor que os treinadores de cá e lá fora nem uma taça ganhava. Mas estavam todos enganados. Esses pelintras. Tal como eu, tenho a certeza que naquele momento se reviram nele vários machos da praça Lusitana, recordando aquelas ideias as quais os chefes nos mandaram cagar ou cagar nelas. Zé Mário cagou neles todos. Cagou neles porque acreditou, com bases sólidas, que o seu trabalho iria calar a boca a esses "chefes".

Para além de calar a boca a esses todos abriu a boca a muitos de pasmo. Sinal de respeito. Sinal de que Zé Mário é, sem dúvida, O Maior.

E, para culminar, a ultima entrevista das muitas que vi de Zé Mário, houve algo que fez os olhos de Zé Mário brilhar e naquele momento eu senti os meus também a brilhar. A sensação de vitória quando todos nos deitam abaixo é a melhor sensação do Mundo. Sentimo-nos invencíveis mas não imortais. Sentimo-nos que todos os que nos queriam deitar abaixo, agora estão em baixo de joelhos em sinal de respeito, de cabeça baixa e de boca calada.

E é por isto e muito mais que eu sigo Zé Mário. Porque ser bom numa profissão, independentemente de qual for, exige trabalho, dedicação e muita transpiração. A sorte, essa, procura-se. Mesmo que não a encontremos logo, andamos sempre perto dela.

- "Matei-os! Eles não queriam nada que eu ganhasse e eu fui ficando um bocado cansado e desgastado no prazer de fazer o meu trabalho, mas que foi sendo alimentado por um grupo completamente fantástico e que se calhar foi o mais fantástico de todos.” por José Mourinho.


Encontramo-nos em Madrid, Zé.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Ser mais sendo menos



Há mulheres (e homens) que não se enxergam. Numa cultura de fama rápida e de fast-food artistica, os meses de verão são de uma cultura invejável. O Meu Querido mês de Agosto provoca-me sempre uma dúvida: será a silly season agora ou o resto do ano é que é a verdadeira silly season? Ainda não percebi.


Pegar numa revista cor-de-rosa é passar momentos de grande humor e também aproveitar para utilizar as fotografias dessa revistas para espantar formigas nos pacotes de açucar. Podia falar aqui desta ou daquela ou o outro que fez isto à outra e que agora anda com a outra do outro. Mas não. A minha questão vai para além do grande obvious. E é esta: não consigo perceber e já tentei por variadíssimas vezes, como é possível certa gente da praça fazer figuras tão estúpidas. Juro que não consigo entender. O que é que estão a fazer?


Uma mulher ganha por saber estar dependendo sempre do contexto. O que vejo nas revistas e demais "literatura" cor de rosa é que são elas, as tais, a quererem fazer o contexto. E o maior problema é este: elas acreditam mesmo nisso.

Acordem-nas, por favor.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Mulheres Estúpidas e Inteligentes


"Esquecer uma mulher Inteligente custa um número incalculável de mulheres estúpidas"

António Lobo Antunes

Mr. Patton



Hoje no Alive vai estar, quanto a mim, o grande génio da minha geração.

EPIC!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Hierarquia das Prioridades



Há dias numa conversa entre amigos de longa data perguntava, de acordo com a minha experiência profissional, se o português era bom trabalhador. É inacreditável o número de respostas diferentes. Tudo leva a crer que cada cabeça terá a sua sentença. Mas numa coisa há factos: os portugueses sempre foram vistos como excelentes trabalhadores. Com um pormenor: sempre lá fora.

No nosso Portugal existem maus chefes e consequentemente maus empregados/colaboradores. Lá fora as chefias são mais instruídas e estão no lugar certo. Cá, nem por isso. Conta-se pelos dedos das mãos. A ajudar a festa, Portugal é o 3º país a nível Mundial com maiores disparidades de salários. Chega a ser uma diferença de 30 ou 40 vezes. Na mesma empresa ter pessoas que ganham mais 40 vezes do que outras. Na mesma empresa, repito.

Numa reportagem que vi, interessante, sobre jovens empreendedores, todos se queixavam da abordagem Portuguesa. E é aqui que eu detenho a ideia que as nossas prioridades estão completamente trocadas, não só a nível pessoal como profissional. Diziam os jovens empreendedores que, aquando a apresentação do seu produto a empresas estrangeiras as perguntas eram qualquer coisa como "Em que medida é que vou ser mais produtivo? Quais são as vantagens práticas de usar a sua marca? Estará a minha empresa mais segura? Os meus colaboradores vão ser mais eficazes?". Estas são algumas das prioridades dos empresários, líderes e gestores das empresas estrangeiras, que empregam milhares de pessoas e que fornecem ao mercado soluções de qualidade. Depois, a abordagem portuguesa. Simples e directa: "Ok. Gosto muito. Quanto é que isso vai custar?".Não me surpreende. A prioridade aqui das empresas é lucro no final do ano, dê por onde der, porque tem muita factura para pagar, fornecedores, clientes à espera e o estado não espera. Lá fora percebem que para ser competitivos têm de ser mais produtivos, ter os melhores colaboradores e estar sempre na frente da tecnologia e de políticas de gestão. Cá temos o nosso querido desenrasque e "Para o ano logo se vê".

Os Portugeses, tal como na sua vida pessoal, têm as suas prioridades trocadas no âmbito profissional. Espero que a minha geração não emigre toda e esteja cá para melhorar o nível de vida profissional e consequentemente o nível de vida pessoal. Eu tento fazê-lo todos os dias sempre a esbarrar em imensas portas que já estão fechadas antes de eu sequer bater à porta. E tenho a certeza que não sou o único.

Já chega de chefes de merda e de maus serviços em Portugal.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Mãe o que é um Especialista?



Não é o caso do senhor da fotografia acima mas há aí uma espécie rara a pairar em tudo o que é crónica de revista, de jornal, blogues ou comentaristas fast-food da nossa querida e morta televisão: os Especialistas.

Percebo que alguns não têm rigorosamente nada para fazer e outros nunca fizeram rigorosamente mais nada mas, mesmo assim, eu tenho uma pergunta pertinente:

O que é um Especialista?

É alguém que estuda Especialismo?

Expliquem-me. Por favor.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Geração Chiclete



E como tudo o que é coisa que promete
A gente vê como uma Chiclete
Que se prova, mastiga, e deita fora, sem demora”

As amigas e os amigos coloridos hoje são o maior escape de uma geração sem tempo, sem amor para dar, sem perspectivas, sem contrato de trabalho e sem a noção de compromisso afectivo. Os “fuck budies” são o update de ter o que queremos por muito menos, à distancia de um sms ou de uma chamada de um minuto. Fará isto algum sentido? Durante pouco tempo, talvez faça. O tempo faz com que amizades coloridas passem rapidamente a preto e branco e os “fuck budies” passem a ser “fuck you! budies”. Este é o maior problema. 
Com isto tudo gera-se ódios por alguns e amores por tantos outros. Sendo que os ódios são ditos e revelados, já os amores são perseguidos. Num arco íris de relações sem compromisso, querem sempre pintar mais uma cor e há sempre um que não quer. “Onde foste? Com quem? Não quiseste vir ter comigo porquê? Já há uma semana que não nos envolvemos...” Este tipo de declarações contêm uma dose não recomendada de compromisso. É certo e sabido. Mas mesmo dizendo que nunca passará daquilo, há sempre alguém que no fundo acredita que vai dar. Isto vem das prioridades que a nossa geração trocou: antigamente para ter relações sexuais com alguém era preciso casar, hoje basta ter saldo e bateria no telemóvel. Estes valores foram trocados por uma vida mais independente, mais livre de compromisso e mais “eu”. Cultivamos o “eu”, coisa que muitos dos nossos avós e pais não puderam fazer e viveram arrependidos, embora tivessem ganho outros valores. Nós estamos perante uma geração de consumo imediato, como os Táxi cantavam em “Chiclete” que prova, mastiga e deita fora sem demora.
Hoje queremos amizades para sempre, amores impossíveis e sexo na hora. Tudo na mesma embalagem. Não podemos perder mais tempo, queremos o consumo a que temos direito porque caso contrário, queremos o livro de reclamações e vamos para outro sítio fazer a festa, que nunca pode parar.
No fundo, as amigas/amigos coloridos e os “fuck budies” são tal e qual aquelas letrinhas dos seguros que nunca ninguem as lê, mas que estão sempre lá para consulta de todos.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Afinal é isso!

As minhas costas estão aos berros.