sexta-feira, 23 de julho de 2010

This is NOT Football - It's Zé Mário!


Em alusão a um grande jogo virtual inicio esta crónica. Será simples para pessoas que gostam das explicações simplificadas em género de esquema cognitivo básico. Será, talvez, complicado entender o porquê.

Tinha um grande professor meu que nunca acreditou em analogias. Eu, com muita sinceridade, não acredito nelas apesar de não conseguir resistir à tentação com medo que ela não volte, tal como Oscar Wilde escreveu.

Livros como "A arte da Guerra e Liderança", por exemplo. O problema destas analogias é, tal como vai acontecer nesta crónica, as pessoas levam as analogias demasiado a sério e à letra. Ser letrado não significa seguir à letra. Just in case. Aqui a alusão é ao nosso futebol e a nós enquanto comuns.

José Mourinho. Quem não gosta, feche a porta antes de sair.

Tenho especial admiração profissional por Zé Mario. Acredito que muitos não compreendam (ler parágrafo acima) mas é nele que muitas vezes arranjo alguma inspiração e transpiração para superar certos objectivos ou ideias parvas. Posso adiantar a esta hora que, o Zé Mário há coisa de 4 ou 5 anos atrás era um animal. Uma besta e um arrogante. Hoje tem aquilo que muitos de nós procuram: Respeito. Com um "R" bem grande, mais ou menos do tamanho do ego de Zé Mário.

E este percurso de aumentar o "R" de Zé Mário não foi fácil. Para nós. Houve muita populaça que engoliu vários elefantes. Uns ficaram na goela presos por um tempo outros caíram no estômago com estardalhaço causando a tão conhecida azia. Para Zé Mário não foi mais do que trabalhar e acreditar no que faz. Trabalhar que nem um animal, como o próprio disse antes da final da Champions. Basicamente é aquilo que muitos tugas não fazem, não percebem e muito menos querem saber. É preciso muito trabalho para chegar ao topo. E é preciso trabalhar que nem um verdadeiro animal para nos mantermos no topo.

Zé Mário é aquele português que, no meio da mediocridade, conseguiu vencer. Muitos apenas o viram dessa forma. Um gajo que sabia umas coisas de futebol e que era apenas melhor que os treinadores de cá e lá fora nem uma taça ganhava. Mas estavam todos enganados. Esses pelintras. Tal como eu, tenho a certeza que naquele momento se reviram nele vários machos da praça Lusitana, recordando aquelas ideias as quais os chefes nos mandaram cagar ou cagar nelas. Zé Mário cagou neles todos. Cagou neles porque acreditou, com bases sólidas, que o seu trabalho iria calar a boca a esses "chefes".

Para além de calar a boca a esses todos abriu a boca a muitos de pasmo. Sinal de respeito. Sinal de que Zé Mário é, sem dúvida, O Maior.

E, para culminar, a ultima entrevista das muitas que vi de Zé Mário, houve algo que fez os olhos de Zé Mário brilhar e naquele momento eu senti os meus também a brilhar. A sensação de vitória quando todos nos deitam abaixo é a melhor sensação do Mundo. Sentimo-nos invencíveis mas não imortais. Sentimo-nos que todos os que nos queriam deitar abaixo, agora estão em baixo de joelhos em sinal de respeito, de cabeça baixa e de boca calada.

E é por isto e muito mais que eu sigo Zé Mário. Porque ser bom numa profissão, independentemente de qual for, exige trabalho, dedicação e muita transpiração. A sorte, essa, procura-se. Mesmo que não a encontremos logo, andamos sempre perto dela.

- "Matei-os! Eles não queriam nada que eu ganhasse e eu fui ficando um bocado cansado e desgastado no prazer de fazer o meu trabalho, mas que foi sendo alimentado por um grupo completamente fantástico e que se calhar foi o mais fantástico de todos.” por José Mourinho.


Encontramo-nos em Madrid, Zé.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Ser mais sendo menos



Há mulheres (e homens) que não se enxergam. Numa cultura de fama rápida e de fast-food artistica, os meses de verão são de uma cultura invejável. O Meu Querido mês de Agosto provoca-me sempre uma dúvida: será a silly season agora ou o resto do ano é que é a verdadeira silly season? Ainda não percebi.


Pegar numa revista cor-de-rosa é passar momentos de grande humor e também aproveitar para utilizar as fotografias dessa revistas para espantar formigas nos pacotes de açucar. Podia falar aqui desta ou daquela ou o outro que fez isto à outra e que agora anda com a outra do outro. Mas não. A minha questão vai para além do grande obvious. E é esta: não consigo perceber e já tentei por variadíssimas vezes, como é possível certa gente da praça fazer figuras tão estúpidas. Juro que não consigo entender. O que é que estão a fazer?


Uma mulher ganha por saber estar dependendo sempre do contexto. O que vejo nas revistas e demais "literatura" cor de rosa é que são elas, as tais, a quererem fazer o contexto. E o maior problema é este: elas acreditam mesmo nisso.

Acordem-nas, por favor.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Mulheres Estúpidas e Inteligentes


"Esquecer uma mulher Inteligente custa um número incalculável de mulheres estúpidas"

António Lobo Antunes

Mr. Patton



Hoje no Alive vai estar, quanto a mim, o grande génio da minha geração.

EPIC!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Hierarquia das Prioridades



Há dias numa conversa entre amigos de longa data perguntava, de acordo com a minha experiência profissional, se o português era bom trabalhador. É inacreditável o número de respostas diferentes. Tudo leva a crer que cada cabeça terá a sua sentença. Mas numa coisa há factos: os portugueses sempre foram vistos como excelentes trabalhadores. Com um pormenor: sempre lá fora.

No nosso Portugal existem maus chefes e consequentemente maus empregados/colaboradores. Lá fora as chefias são mais instruídas e estão no lugar certo. Cá, nem por isso. Conta-se pelos dedos das mãos. A ajudar a festa, Portugal é o 3º país a nível Mundial com maiores disparidades de salários. Chega a ser uma diferença de 30 ou 40 vezes. Na mesma empresa ter pessoas que ganham mais 40 vezes do que outras. Na mesma empresa, repito.

Numa reportagem que vi, interessante, sobre jovens empreendedores, todos se queixavam da abordagem Portuguesa. E é aqui que eu detenho a ideia que as nossas prioridades estão completamente trocadas, não só a nível pessoal como profissional. Diziam os jovens empreendedores que, aquando a apresentação do seu produto a empresas estrangeiras as perguntas eram qualquer coisa como "Em que medida é que vou ser mais produtivo? Quais são as vantagens práticas de usar a sua marca? Estará a minha empresa mais segura? Os meus colaboradores vão ser mais eficazes?". Estas são algumas das prioridades dos empresários, líderes e gestores das empresas estrangeiras, que empregam milhares de pessoas e que fornecem ao mercado soluções de qualidade. Depois, a abordagem portuguesa. Simples e directa: "Ok. Gosto muito. Quanto é que isso vai custar?".Não me surpreende. A prioridade aqui das empresas é lucro no final do ano, dê por onde der, porque tem muita factura para pagar, fornecedores, clientes à espera e o estado não espera. Lá fora percebem que para ser competitivos têm de ser mais produtivos, ter os melhores colaboradores e estar sempre na frente da tecnologia e de políticas de gestão. Cá temos o nosso querido desenrasque e "Para o ano logo se vê".

Os Portugeses, tal como na sua vida pessoal, têm as suas prioridades trocadas no âmbito profissional. Espero que a minha geração não emigre toda e esteja cá para melhorar o nível de vida profissional e consequentemente o nível de vida pessoal. Eu tento fazê-lo todos os dias sempre a esbarrar em imensas portas que já estão fechadas antes de eu sequer bater à porta. E tenho a certeza que não sou o único.

Já chega de chefes de merda e de maus serviços em Portugal.